domingo, 4 de agosto de 2013

sobre a grosseria com os garçons

Um jeito eficaz de aprender a como tratar bem uma pessoa é cometer o terrível erro de tratar pessoas muito mal. Leia-se tratar mal, ser desrespeitoso, egoísta, grosseiro, indelicado, mal educado. Desrespeitoso com os sentimentos alheios, com a gentileza que o outro investe em seus tratamentos, desconsiderando a boa educação que o outro preocupa em investir em suas relações.

A grosseria que se exerce rotineiramente com profissionais cuja função é servir, como os garçons, é um bom exercício para deixar explícito ótimos exemplos de má educação. Lembro do aborrecimento que me causou tantas vezes os excessos de grosserias cometidos com os garçons de bares que frequentei assiduamente acompanhada de um mocinho grosseiro. Os vários copos de cerveja ou chopes eram o combustível perfeito pra dar vazão ao punhado de arrogância e desrespeito enraizados na criação desse moço rabugento (antropologicamente falando, desconheço de onde veio o aprendizado de tanta estupidez tendo em vista que sua mãe é uma dama). De qualquer forma, o moço acabou entendendo a importância da educação e do respeito nas relações e me disse até que depositaria atenção com relação ao tema dali pra frente.

Além da grosseria com os garçons, a "carteirada" é outra conduta desrespeitosa que causa bastante raiva. Curioso que sempre partem de pessoas com cabeça pequena e cérebro restringido (leia-se com pouca ou nenhuma capacidade de pensar sua realidade de forma crítica), que sempre estão munidas de algum "poder" (pelo menos elas qualificam assim o título que as definem socialmente). Nesse mesmo saco de farinha estão aqueles que furam fila, que estacionam em vaga de deficiente, que oferecem serviços em troca de DAS e fecham o cruzamento (ou buzinam insistentemente pra fazer andar o carro parado atrás da faixa de pedestres, no sinal verde, para não fechar o cruzamento).

A carteirada nunca foi meu ponto fraco e nem os maus tratos com garçons. Mas quando estamos de posse de sofrimento intenso e rotineiro, tendemos a não enxergar nada além da própria dor (ou do próprio ego). Isso reduz nossa paciência a quase nada, aumentando a probabilidade de atitudes egocêntricas e mimadas que satisfaçam os desejos de uma pessoa carente de mimos e atenção. Depois de ser bem estúpida com determinadas pessoas, aprendi com a gentileza de várias delas a ser igualmente gentil ou pelo menos educada.

Educação é uma regra de convivência, além de um ótimo instrumento pra levar bem estar à vida dos outros e trazer qualidade de vida pra nossa própria. Prezar pela qualidade das relações é saudável. Caso contrário, a sua rede de relações será constituída de pessoas com prazo de validade, colegas temporários que no calor do momento pensam estar vivendo relações de amizade e cumplicidade, mas que se acabam com o aparecer dos problemas e o esvaziar dos copos de cerveja.Pessoas matam, roubam, são desleais porque desconsideram os demais com os quais convivem na mesma sociedade.